Saturday, February 21, 2009

And the Oscar goes to...

Os Oscar(s) estão aí. Dentro de pouco mais de 24 horas saberemos quem é que afinal ri por último. Eu pessoalmente acho dofícil e, de certa forma desconcertante, avaliar qualquer forma artística, premiando uns em deterimento de outros. Não que não consiga estabelecer uma "hierarquia", uma classificação dessas mesmas expressões artísticas (peças de teatro, filmes, música, etc) mas é uma escolha muito pessoal e subjectiva. Muitas vezes acho que o verdadeiro valor de uma expressão artística é impercetível no imediato, no presente momento em que é feita e posta à disposição do público, se o for...

O meu percurso na área artística está longe de terminar, é um processo contínuo com vista a uma aprendizagem constante, pelo que processo a processo, tudo é feito nesse contexto, de continuidade. Então para quê carregar no "pause" e avaliar apenas um "frame" desse processo? Não será no mínimo demasiado incompleto? 

Apesar de tudo gosto muito da cerimónia dos Oscar(s). Isto apesar da lei da compensação que é praticada de forma recorrente, devido a politiquices na atribuição destes galardões. Há vários factores em jogo, e não apenas objectivamente os filmes do ano a que se referem. Toda a história e carreira dos nomeados interfere. Infelizmente.

Dou-vos um "cheirinho" de quem apresentará a cerimónia, e qual a estética adoptada. Veremos. Pessoalmente, eu preferia que fosse Ricky Gervais, como chegou a ser ventilado por alguns meios de comunicação social. Mas não, o escolhido é Hugh Jackman. 

1 comment:

Helena said...

•Quem Quer Ser Bilionário?-

É o regresso de Danny Boyle à ribalta, voltando a realizar um filme de culto, feito que já não conseguia desde o clássico dos ninetties Trainspotting.Jamal Malick é um jovem de 18 anos que cresceu nos bairros de lata de Bombaim, órfão, que chega à pergunta final do concurso de televisão Quem Quer Ser Milionário indiano. A motivação que o levou a concorrer não foi porém o dinheiro que poderia conseguir, mas a esperança de ao aparecer na televisão, ser visto pelo seu amor de infância e há muito perdido, Latika.Jamal vai acertando nas respostas às perguntas que lhe vão sendo colocadas porque cada uma delas o remete para um flashback da sua vida, onde o telespectador vai sendo confrontado com a guerra, a exploração infantil, a marginalidade ou a fome. Nos flashbacks da infância, vemos Jamal a brincar com o seu irmão mais velho, Salim, nos bairros de lata, a assistirem ao assassinato da mãe, a serem explorados por um suposto benfeitor de um orfanato. Os dois crescem, mas como dois ramos da mesma árvore, em sentidos diametralmente opostos. Ao chegar à final, Jamal consegue uma proeza que não está ao alcance dos mais entendidos em cultura geral e o próprio apresentador do concurso resolve denunciá-lo à polícia, acusando-o de fraude. Só assim, um "pobre" chegaria à fase final de um concurso daquele género. Na verdade, "Quem Quer Ser Bilionário?" é um filme muito inglês, no modo como resume tudo a uma questão social, de classe e mobilidade, em que o preconceito marca novamente a vida de uma pessoa (Jamal). Um filme que mostra como o destino não é mais do que uma série de consequências, consequências estas que também não passam de consequências. E assim sucessivamente. Como uma reacção química em cadeia. Este mostra também que o caminho para a felicidade, o objectivo último de qualquer ser humano, se pode percorrer por várias vias. E nem sempre os atalhos levam a lado algum. E sim, foi dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.