Sunday, August 17, 2008

Mente sã em corpo são...


Mente sã em corpo são

 
Mente ocupada em corpo ocioso
Mente atarefada em corpo em repouso
Mente baralhada em corpo dormente
Mente receosa em corpo despreocupado
Mente cheia em corpo vazio
Mente agil em corpo estagnado

Mente a trabalhar em corpo de férias...
Mente de férias e corpo a trabalhar...
Mente a trabalhar em corpo a trabalhar...

2 comments:

miguel loureiro said...

temos poeta

Anonymous said...

Já estou fiel a este bar.
(ver dois gajos do rugby a beijarem-se ajudou, pois claro.)

Interessante poema. Poema?! Trocadilho, jogo, palavras.
Interessante, ainda.

É curioso como tendo estudado células durante toda a minha vida, tendo sido estudante universitário de Biologia, eu ainda reaja à palavra «mente» como entidade-coisa separada do corpo. Sei de onde vem esta ilusão. (mas é um segredo que guardo só para mim). Sei agora, depois de ter percorrido a Índia a pé, sem ter saído de casa. Sempre achei graça como os gurus, que por lá se encontram, têm um entendimento tão perspicaz da neurologia. E, apesar das células a que chamamos neurónios não terem segredos para mim, foi com esses gurus que coloquei a «mente» no devido lugar: um orgão, como outro qualquer, que exercitado reage melhor aos estímulos. É claro que podíamos aqui falar do «eu», do «espírito», do «indivíduo», da «mente» enquanto entidade. Mas isso seria exercício maligno. Existem exercícios malignos? Ou todo o exercício é benéfico? Sei o que é um corpo são. Mas... O que é uma mente sã? Um cérebro que é capaz de fazer operações matemáticas? Um cérebro que é capaz de entender premissas complexas e manusear abstracções? Um cérebro atento? Criativo? Livre?
Um camponês, iletrado, meu vizinho, incapaz de tudo isto, ou um colega meu, servente de pedreiro, "trolha" de ideias, não têm uma mente sã?
Qual a diferença entre a mente de um professor catedrático e a de um lavrador, se ambos reagem de igual forma aos mesmos estímulos?

Não respondas. Isto é uma ilusão. Não são perguntas o que faço. São respostas que imito. Ninguém é verdadeiramente original, único. Um certo grau de homogenia é necessária para manter a espécie enquanto comunidade grupal. Ou pensas que somos humanos-divindades? Não. Animais é a palavra certa. Tudo não passa de uma BBC Vida Selvagem. A Teoria do Caos é a que melhor explica a Revolução francesa. Não há nada de divino, nem de original no funcionamento sistémico de uma população.

Mente sã é aquela que é capaz de cuidar de um corpo são. Ocorreu-me agora esta definição. Gostas?
Mas talvez esteja errada. Existem muitos "serial-killers" dementes, com um corpinho bem cuidado. Aliás, ser um "serial-killer" bem sucedido exige algum grau de exercício, força e flexibilidade mentais, não é? Afinal, são sãos ou dementes?

Foi fixe conversar contigo, mas agora tenho que ir cuidar do corpo. O "rato da biblioteca", como me chamavam na escola, está-se a transformar num "sport addicted"... Desde que casei com a ironia, a minha vida nunca mais foi aborrecida. E o desporto é o máximo. Por agora, kick-boxing, mas, prometo-te, quando tiver musculatura, o rugby não me escapa. Pensas que seria o primeiro gay a jogar rugby? Nã. O Russel Crowe foi o primeiro. No magnífico filme "The sum of us". Aconselho-te. Vivamente!

Abraço forte!
(à macho!)