Sunday, August 15, 2010

A idade dos "porquês"...

Não sei explicar muitas vezes o que acontece, o porquê, porque é que acontecem certas coisas, principalmente quando o objectivo, o motivo, é o oposto do resultado final. Não sei explicar. Há coisas. Vou-lhes chamar "coisas" porque são várias, variadas, e assim no abstracto cabem todas. Há coisas que não me preocupo em arranjar uma explicação, uma justificação para acontecerem, mas outras não descanso enquanto não as perceber. Mesmo. Principalmente as que são desconcertantes, as que são do melhor que há na vida, as que são o pior que há na vida, as que vêem de pessoas que me conhecem, ou deveriam conhecer, provenientes de pessoas que gosto, e que à partida gostam de mim...

Não descanso enquanto não me explicarem o porquê. Porquê? Porque é que me fizeste isto? Porque é que dizes isso? Porquê?

Como seres humanos iminentemente sociais, criamos nos outros uma imagem, ou melhor, os outros criam uma imagem de nós. É um facto. Normalmente não me importo muito com o que pensam de mim, com o que acham de mim. Sei que à partida gosto das pessoas. Não julgo as pessoas à partida, raramente sou implacável com alguém, mas daí a importar-me com a imagem que crio, em geral, e do ponto de vista pessoal, nos outros, vai um grande passo. Pelo contrário, se é alguém que faz parte da minha esfera mais próxima, onde não cabe assim tanta gente, então aí sim, viro o mundo ao contrário até perceber o que motivou tal coisa. Só não exerço qualquer medida de coacção ao melhor estilo pidesco para obrigar alguém a explicar-se. Mas fico sempre com aquele sentimento de que tenho direito a essa explicação. Tal uma pessoa tem direito à sua opinião, se essa opinião é sobre alguém e é dita directamente, então devia ter também a obrigação de explicar, de justificar essa opinião. Porquê?

Há um aspecto importante. A opinião dos outros vale o que vale, e só vale na medida em que lhes damos importância. Sendo alguém próximo dou alguma importância, caso não concorde, mas apenas na medida de obter uma explicação.

Sinto-me uma pessoa que vive bem consigo própria, esclarecida, com objectivos na vida, grato pelo que tive, pelo que tenho, e por quem tenho à minha volta. Sinto-me numa caminhada de aprendizagem, interior e exterior a mim próprio, e disponível para essa aprendizagem. Sinto e gosto de sentir. E gosto de dar aos outros motivos para sentirem.

No caso concreto, caso esse que motivou este meu post, ainda estou à espera da tal explicação... Porquê? Mas sei já o espaço que lhe reservo, sei perfeitamente o limite até onde essa explicação pode ir. Pura e simplesmente por um motivo: porque ninguém pode pintar outro conforme lhe apetece, muito menos à força.

1 comment:

Inezteves said...

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Inezteves