Monday, May 17, 2010

Obrigado, pai...

...por me teres mostrado desde pequeno que não há festa em Portugal, mais precisamente em Lisboa, como o Santo António. Por me teres levado pelas principais ruas e ruelas dos bairros populares de Lisboa, principalmente Alfama, Mouraria, São Vicente de Fora, e por aí em diante. Das primeiras memórias que tenho em pequeno é do cheiro a sardinha assada, que desde essa altura ficou um vício! Um vício bem saudável. Lembro-me de me levares pela mão a ver as marchas, a viver o ambiente de festa ao rubro, pós-marchas, do cheiro a cerveja e a whiskey, das noites sucessivas de bailarico, fados, mais ou menos improvisados, de concertos populares, lembro-me de estar contigo a ver os filhos de uns amigos teus de Alfama, na altura com 16-18 anos, a fazerem um espectáculo de playback com músicas dos Wham! São recordações que nunca esquecerei, que não esqueço. Quis o destino que, após celebrar anualmente o Santo António, realizasse um sonho que tenho desde essa altura: vou desfilar nas marchas! É um sonho que se torna realidade, vou ser padrinho da marcha da Voz do Operário, a única marcha infantil a invadir a Avenida da Liberdade e o Pavilhão Atlântico, marcha essa que passa o testemunho dos mais velhos aos mais novos, que desde cedo aprendem a viver a festa de Lisboa. Ainda não é desta que vou ter direito a um arco (nada é perfeito) mas vou poder prestar a minha homenagem à minha cidade, às pessoas da minha cidade, e a quem luta o ano inteiro para não deixar morrer o Santo António e as festas de Lisboa. É uma homenagem a ti, pai, e contigo partilho este momento. Contigo e com a mulher que amo, a minha CS. São quem dá mais sentido a tudo o que estou a viver e a sentir, para além de mim próprio. Obrigado, pai...

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